"Boom" do e-commerce: empregos e retomada da economia

Daniela Gebara

Daniela Gebara
Sócia e diretora comercial da ROCKY, especialista em gestão de grandes contas e gestão parcerias no mercado do marketing.
May 18, 2021


Mesmo antes da chegada da pandemia, já haviam projeções muito positivas sobre o futuro do e-commerce. Os números deixavam claro que era apenas questão de tempo até que esse se tornasse um dos canais de maior crescimento e movimentação econômica no varejo.

A digitalização do consumo como tendência e o fortalecimento dos marketplaces, que atraíram o interesse e a entrada de novos players, foram alguns dos fatores determinantes para garantir a penetração gradativa do comércio eletrônico.

Se o cenário já era otimista àquela altura, a epidemia do coronavírus veio não só para coroar as empresas que se planejaram e investiram na transformação digital, como também para consolidar a modalidade de negócios.

Com a impossibilidade do comércio presencial, houve uma transição de lojas físicas para o meio online e em detrimento da crise generalizada, o e-commerce se estabeleceu como canal de sobrevivência para o varejo.

E essas restrições também afetaram o comportamento dos consumidores.

Entenda a seguir porque devemos esperar um crescimento ainda maior do digital e porque o e-commerce, além de ser um caminho sem volta para o varejo, é um aliado inevitável para a retomada da economia.

A caminhada pré-pandemia

Como já mencionado, o e-commerce vinha numa constante valorização ao longo da última década, apresentando bons indicadores de crescimento. Seu potencial não é nenhuma novidade e sua implementação é uma aposta antiga de muitos gigantes do varejo.

Apesar disso, o setor precisou de tempo para enfrentar o desafio de educar um público que ainda olhava com desconfiança para as soluções do comércio eletrônico.

A imagem mostra um notebook aberto numa loja virtual com alguns produtos em promoção sendo exibidos. Também é possível ver uma mão segurando um cartão de crédito vermelho.

Consumidor levou tempo para vencer a insegurança e confiar seus dados em plataformas de compras online.

Pesquisas de satisfação do início da década passada faziam o retrato de um consumidor inseguro e relutante em adquirir produtos online. Ainda havia uma preferência maciça pelos meios tradicionais de venda.

Chega a ser difícil acreditar que, até pouco tempo atrás, o senso comum ainda associava compras eletrônicas ao risco de fraudes e golpes. Mesmo que crimes eletrônicos ainda ocorram, é indiscutível a evolução operacional do e-commerce desde aquele período.

Após conquistar a confiança do público, o próximo obstáculo foi tornar essa experiência de compra online mais acessível e dinâmica.

A expansão da acessibilidade da internet cooperou para a ampliação do e-commerce e de seu leque de funcionalidades. Assim como também para o posterior desenvolvimento de canais de logística e comunicação integrada.

E alinhando o interesse do consumidor à busca das empresas por soluções criativas para a nova competitividade, o mercado eletrônico amadureceu progressivamente.

O e-commerce esteve se consolidando e gradativamente se fortalecendo até a chegada da pandemia.

Explosão durante a crise

Em março de 2020, o varejo brasileiro sofreu um duro golpe e o que antes era tendência, se transformou na tábua de salvação de muitos negócios.

Com a entrada do coronavírus em cena, diversos setores precisaram se reinventar para atender as demandas do consumidor em período de crise. Isso promoveu um aceleramento instantâneo no processo de digitalização das empresas.

O e-commerce, pela primeira vez, alçou o protagonismo nas relações comerciais do varejo, passando a figurar como o centro das atenções.

Sua adoção foi uma resposta intuitiva às restrições de isolamento da quarentena. Enquanto o comércio físico se viu impossibilitado de prosseguir, as mesmas medidas também compeliram o consumidor a passar mais tempo conectado.

Essa mobilização intensiva pôde ser observada até em segmentos que historicamente não tinham participação expressiva no meio digital. Esse foi o caso dos supermercados e farmácias, que passaram a investir pesado em plataformas online e delivery.

A imagem mostra uma fachada comercial com lojas da sunglass hut e adidas de portas fechadas durante as restrições de funcionamento. No canto esquerdo, é possível visualizar um banner publicitário com os dizeres: “face the sun”

Com a pandemia, diversos negócios, pequenos ou grandes, foram obrigados a fechar suas portas.

A receptividade do e-commerce pelo brasileiro atingiu patamares inéditos. De acordo com a Câmara Brasileira da Economia Digital e da empresa Neotrust, em 2020, o crescimento acumulado foi de 73,88% na comparação com o ano anterior.

Outro levantamento realizado pela Mastercard apontou que as movimentações comerciais em vendas online chegaram a representar 11% de todo o varejo, em detrimento dos 6% apresentados no período pré-pandemia.

A explosão foi tão expressiva que já havia até quem cravasse 2020 como o “ano do e-commerce brasileiro” logo no início do segundo semestre.

Ainda considerando a gradual flexibilização ocorrida no final do ano, o comércio eletrônico deu fortes indícios de que se estabilizou como um novo hábito do consumidor brasileiro.

E ao que apontam especialistas, existem sinais claros de que ele veio mesmo para ficar.

A popularidade entre gerações mais novas, conveniência e custos mais baixos movimentados pela oferta e competição, são fortes indicativos que e-commerce continuará crescendo como uma das principais apostas para o futuro do varejo.

Oportunidades

A imagem mostra uma pessoa com máscara de proteção da covid-19 segurando uma caixa de papelão envelopada. Ao fundo é possível ver elementos que compõem um espaço urbano: motos estacionadas, pessoas transitando e um parque arborizado

Plataformas de entrega foram um meio amplamente beneficiado pela guinada do e-commerce na pandemia.

Indo na contramão das demissões em massa que afetaram boa parte dos setores econômicos tradicionais, o boom do e-commerce possibilitou a criação de empregos e de estabilidade.

Segundo uma pesquisa divulgada pela Catho, uma das maiores plataformas para vagas profissionais, seu crescimento exigiu 162% mais profissionais especializados durante a pandemia.

Esses números não só refletem o fruto da abertura de novas lojas online, num cenário em que até mesmo gigantes do varejo aumentaram seu fluxo de contratação para suprir a alta da demanda digital.

Flash Courier

E se engana quem pensa que o comércio eletrônico só foi positivo para os grupos do seu campo de ação: ele também impulsionou indiretamente a empregabilidade em outros segmentos.

Foi o caso da operadora Flash Courier, que teve um momento próspero com a alta da procura de soluções de logística para entregas e-commerce.

Com novos contratos e parcerias, entre elas gigantes como Alpargatas, Arezzo e C&A, a empresa registrou a contratação de 400 novos empregados em 2020. Essas contratações representaram um acréscimo de 60% em relação ao seu quadro de funcionários no período pré-pandemia.

Confiando na prosperidade do e-commerce, a companhia segue mirando altas metas para 2021, investindo em automatização operacional e no desenvolvimento de novos modelos de negócio.

O caso da ROCKY

O marketing digital também foi um setor que surfou na onda da explosão do e-commerce e os efeitos disso nós pudemos observar bem de perto.

A ROCKY triplicou seu quadro de funcionários em 2020, saindo de 36 colaboradores no início de janeiro, para pouco mais de 110 no final do ano.

Esse crescimento exponencial se deve a grande procura de empresas por soluções digitais, entre elas Astra S/A Indústria e Comércio, a Cyrela Commercial Properties, Dengo, Telhanorte, Passarela e L’Occitane.

A flexibilização bem sucedida da rede operacional da agência para o trabalho remoto foi também um dos pilares dessa conquista. Em pouco tempo, o revés da crise foi suprimido pelo desafio de atender às demandas do mercado.

Em vista de um cenário altamente promissor, motivado pela expansão prevista para o e-commerce e o atacarejo, traçamos metas ainda mais ambiciosas para o fim de 2021. Pretendemos dobrar o faturamento e aumentar ainda mais o quadro de funcionários.

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